E quando computadores comecarem a pensar por nós?
Quer dizer, já temos computadores que produzem músicas bastando apenas uma tecla.
E se computadores comecarem a produzir poemas, literaturas tao ou mais complexas e ricas como as melhores obras de Shakespeare ou Joyce? Pinturas fantásticas, músicas virtuosas e jamais possíveis de serem reproduzidas pelo Homem?
Já temos computadores imbatíveis no xadrez. E se os computadores virassem críticos literários tudo com base numa coleta de dados e de informacao?
O Homem teria menos ou nenhuma importancia na arte? A vida seria menos significativa? Que consequencias isso traria?
Os feitos humanos iriam deixar de ser incriveis pois, seriam facilmente reproduzidos ainda com mais perfeicao pelas maquinas? Ou, haveria mais tempo pra pensarmos e deixarmos as maquinas com as tarefas "burocraticas". Seriamos, de vez, programadores usando nossas imaginacoes, ainda na busca por conhecimento, na busca de um sentido pra vida ou de explicacoes que jamais vamos ter.
Sou de vez em quando um pouco nostálgico de um tempo que nao vivi. De um tempo de mais atividades físicas, de subsistencia em que, nos organizávamos em grupos pra decidir o que plantar, quando colher, o que explorar, o que construir.
Pois sabemos hoje que os computadores podem fazer tudo isso e muito mais mas, só o Homem tem capacidade de sentir, de absorver o sentido da arte e isso depende de quem a transmite. Pois, arte é transmissao de sentimento e nao limitada a observacao e coleta de dados. Arte é transcendencia e, assim como o sentimento com a misteriosa inexplicabilidade desses elementos, jamais poderao ser transferidos pra um código binário sendo portanto, parte essencial da diversao de se estar vivo. Sem arte estaríamos sem vida.
Quem sabe voltaríamos as raízes, destruiríamos todos os nossos computadores, fariamos um enorme churrasco com uma linda brasa alimentada por tudo que é elétrico, gadgets, devices, USBs, hard disks . Iriamos parar com todo esse frenesi de registrar digitalmente nossas acoes, nossos pratos e lugares que vamos e, voltaríamos a relaxar ao som de um mantra na cítara chinesa tocado por um ser de carne e osso ou, ouvir histórias de mundos de fantasia contadas por uma pessoa mais velha, ou dar risadas de uma piada velha ou criariamos músicas em um momento de entusiasmo com alguma forma de amor. Cantaríamos e dancaríamos até o sol nascer, e dancaríamos até o sol raiar.