Friday, January 29, 2010

Muralhas nao funcionam: nem no Oriente Medio nem na Irlanda

Ganhei no poker ontem a noite tambem mas isso n interessa :-)

Estou mais a fim de postar links ou coisas interessantes do que falar sobre mim.

Entao ai vai um artigo que faz uma analogia interessante entre a situacao da Irlanda e o Oriente medio. Espero que gostem!

Estávamos andando pelo Cemitério Milltown, semana passada, eu e David McKittrick – Nosso Homem em Belfast e um dos meus mais velhos amigos – e o vento descia, mordendo, de Cave Hill.

“Camuflada em gelo e neve” – assim o Belfast Telegraph descrevia a Irlanda do Norte, quando embarquei no trem de volta a Dublin, dia seguinte; mas acho que as amarguras do Ardoyne[1], do parque Falls, da [avenida] Shankill[2], dos velhos Mercados são culpadas pelo exagero. Por mais que se diga que seria uma linha “para a paz”, aquela implacável, gelada muralha de ferro, pedra e arame farpado logo a leste de Andersonstown fez-me lembrar outra e mais permanente “cerca de segurança” a mais de 3 mil quilômetros dali.

No Cemitério Milltown, no “reduto” republicano – sim, Bobby Sands está enterrado lá, também homenageado, é claro, na rua ao lado da embaixada britânica em Teerã –, está a sepultura na qual estão enterrados juntos Máire e James [Jimmy] Drumm do Sinn Fein. A foto a mostra mais jovem do que a conheci, toda sorrisos e cabelos cacheados, sem vestígio de fúria e cinismo (ela me recebeu risonha, há mais de 34 anos, quando apareci para me despedir, com uma garrafa de uísque sobre a mesa e os comandantes da Brigada de Andersonstown, do IRA, pelos sofás em volta dela, reunidos para dizer adeus ao jovem “fella” que partia para Beirute).

Em seu túmulo lê-se “Assassinada por elementos pró-britânicos” – que é o mais perto que alguém do movimento Irlandês Católico Republicano jamais chegará de escrever “protestantes” –, e lembrei que atiraram nela quando estava doente, numa cama do Hospital Mater em 1976; que ela caiu da cama enrolada nos lençóis ensangüentados; que tentou arrastar-se pelo chão e que, então, atiraram nela outra vez.

Ninguém poderia saber que Belfast seria hoje cidade de maioria católica. Nem os colonizadores protestantes dos séculos 16 e 17 – os fazendeiros jacobinos e os veteranos de Cromwell – jamais souberam que suas terras seriam quase totalmente católicas, 400 anos depois. A história dos “assentamentos” protestantes na Irlanda é como uma narrativa ancestral, espectral, do que se diz hoje sobre os modernos “assentamentos” na Cisjordânia, onde os israelenses insistem em combater a última guerra colonial, com assessoria direta dessa que um dia foi grande nação anticolonial, conhecida como EUA.

Há legiões de diferenças, é claro. O protestantismo, em suas inúmeras modalidades irlandesas, visava a converter – ou promover a “limpeza étnica” dos católicos gaélicos. O judaísmo não faz proselitismo – antes, exatamente o contrário –, e o discurso pelo qual Israel insiste em reclamar (ilegalmente) direitos sobre terra dos árabes na Cisjordânia baseia-se em textos considerados sagrados, não no poder de algum rei.

Robert Kee, dos mais refinados especialistas na história da Irlanda dos séculos 16 e 17, diz concisamente: “Os quatro condados de Donegal, Tyrone, Derry e Armagh (...) junto com os dois condados de Cavan e Fermanagh tornaram-se objeto do mais sistemático empenho jamais visto para instalar e plantar, na Irlanda, estrangeiros vindos da Inglaterra e da Escócia. Foi a chamada “Plantation of Ulster”, planejada no gabinete de um governo, entre 1608 e 1610."

Antes já houvera tentativas de colonizar a Irlanda bárbara, quando soberanos católicos implantaram famílias em Leix e Offaly (cujos proprietários de terra descobrem que vivem hoje em condados do rei e da rainha, exatamente como se espera que os palestinos creiam que, desde 1967, vivem em Judeia e Samaria). “Mas todas essas implantações anteriores fracassaram”, escreve Kee. “Fracassaram por falta de braços ou de capital de apoio, ou ainda por terem sido fisicamente varridas de lá pela rebelião dos que haviam sido expulsos e roubados para que houvesse lugar para os colonos."

Esse continua a ser o medo de Israel: que os palestinos expulsos e roubados em 1948 voltem para retomar suas terras do que hoje é o Estado de Israel ou, pelo menos, para as terras que lhes foram roubadas na Cisjordânia, depois de 1967. Os massacres de protestantes por católicos em 1641, período de guerra civil vividamente capturado nas 20 mil páginas de depoimentos hoje arquivados pela minha própria alma mater do Trinity College, em Dublin, é pálido precursor do massacre de judeus em Hebron durante a rebelião árabe de 1929; embora 1.300 protestantes tenham sido enforcados e passados pelo fio da espada em 1641; e 64 judeus, em Hebron. William Baxter, cavalheiro que trabalhava para a empresa Co. Fermanagh “declarou sob juramento que Ross McArt McGuire roubou terras de sua propriedade em Rathmoran [direitos de propriedade comprovados porque] as terras pertenciam a seu pai antes da dita implantação de colonos” – como a professora de história moderna Jane Ohlmeyer relembra em artigo recente.

Mas os colonizadores elizabetanos vieram como soldados-colonos. Mais tarde vieram os protestantes escoceses, como os israelenses para a Cisjordânia, como colonos treinados para ser soldados. “A ideia de povoar terras não povoadas incendiou a imaginação de homens dos dois países” – cito o trabalho de Perceval-Maxwell sobre a migração escocesa, mas “fazer florescer o deserto” e “terra sem povo para povo sem terra” são frases que ecoam longe, no futuro.

Cromwell injetaria uma nova forma de violência na Irlanda, cujas vítimas, afinal, podem ser encontradas hoje no Cemitério Milltown e, adiante, pela estrada Falls, no cemitério predominantemente protestante da cidade de Belfast. Os massacres em Drogheda e Wexford agiram para as massas como catalisadores do medo, assim como as matanças em Deir Yassin e muitas outras vilas árabes em 1948 levaram os moradores de centenas de outras vilas e cidades árabes a capitular e fugir das terras que viriam a constituir Israel. A maior parte das melhores terras da Irlanda, pelo menos ¾ delas, foram confiscadas, roubadas de seus proprietários católicos, e os habitantes foram expulsos para as terras geladas e selvagens de Connaught. À altura de 1688, os católicos possuíam apenas 22% das terras da Irlanda gaélica original, precisamente a mesma porcentagem da terra palestina do Mandato – 22% –, em nome da qual Yasser Arafat teve de negociar o ‘acordo’ de Oslo, absolutamente sem esperanças ou chances. Hoje, a terra que pertence a árabes na ‘Palestina’ é ainda menor que aquela – e caminha inexoravelmente para os meros 14% que ainda pertencia a católicos em 1703.

Outra vez, não são narrativas comparáveis; mas todos os espectros ainda não nascidos estão aí. Os governantes ingleses no século 17 suspeitavam – com muita razão – que a Espanha trabalhava para oferecer apoio espiritual e material aos insurgentes irlandeses; exatamente como Israel, hoje, crê (também com muita razão) que o Irã está oferecendo apoio espiritual e material ao Hamás, e, fora da ‘Palestina’, também ao Hizbollah. Onde havia o Papa de Roma, leia-se hoje “Papa Khamenei de Teerã”. Em muitas ocasiões, atos de “terrorismo” contra os protestantes emergiram de católicos sem-terra que trabalhavam para os mesmos que lhes haviam roubado a terra. E então, mais tarde, os “assentamentos” protestantes foram cercados por muros e muralhas defensivas enorm es, nas quais havia, de distância em distância, torres de vigia e aberturas para atiradores. A cidade de Derry tem muralha mais alta que o Bogside católico[3], tão violenta e feroz quanto a muralha israelense que hoje invade ainda mais terras árabes.

E, claro, os católicos irlandeses fugiram de lá – exatamente como o ministro dos Negócios Externos de Israel gostaria de “tranferir” palestinos para o oriente. E para onde foram os católicos irlandeses? Cerca de 100 mil fugiram para a Europa, a maioria para os territórios espanhóis dos Habsburgo, em muitos casos para as terras de Espanha das quais os mouriscos – muçulmanos da Espanha e o remanescente dos judeus espanhóis – acabavam de ser varridos (“limpeza étnica”) pelos senhores de terras cristãos católicos. O massacre final dos muçulmanos espanhóis (que não se converteram) ocorreu em 1609, quando Felipe de Espanha obrigou 300 mil almas a abandonar a península Ibérica e partir para o norte (otomano) da África. Entre eles, partiram espanhóis “limpadores étnicos” que haviam assassinado por etnocídio os mouriscos – dentre outros, Garcia Sarmiento de Sotomayor e o Conde Caracena – que passaram a exigir recursos para os irlandeses que chegavam à Galícia.

Publicações dos católicos irlandeses da época – segundo pesquisa feita por Igor Pérez Tostado – comparavam os católicos irlandeses e os muçulmanos espanhóis: “ambos eram apresentados não só como traidores e desleais, mas como ameaça existencial à vida da comunidade política.” E todos, de fato, foram jogados ao mar.

Mas, afinal, os “assentamentos” ingleses e escoceses fracassaram na Irlanda. A eterna esperança dos protestantes de que o apoio vindo de Londres seria eterno, acabou por se revelar esperança delirante, falsa. E então?! O que dizer da certeza, de Israel, de que receberá eterno apoio de Washington?

Ainda não creio em alguma “solução de um Estado” – que a minoria protestante terá de aceitar algum dia na Irlanda, se é que já não aceitou, subconscientemente, talvez –, mas o fim de todas as colonizações é o cemitério. Muralhas não funcionam. Nem religiões ‘superiores’. Nem se pode fazer limpeza étnica ‘total’. A história, que se deve estudar sempre, como as esperanças delirantes, falsas, é carrasco sem piedade.

+++++++++++++++++++++++++++++

________________________________

[1] Bairro de maioria católica, no norte de Belfast. Para ver o bairro, em julho de 2009, visite http://www.youtube.com/watch?v=66R8h-UxotQ&feature=related

[2] Um dos murais da avenida Shankill, em região de maioria protestante, pode ser visto em https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn-hRa3SHf7C-N1I0hbcgt8VXakU0QBhido_i3zYY3WSUramLN5upsc06a5qnhRiWzij_gy8rsa-Aylg700FPS9ba70S4Eik-nFAql8aZyqsxyfIZJBzoNIQpghuS0qSK5lJy4LitgD_uP/s1600-h/postais05.jpg

[3] Para ver o Bogside, fotografado de cima da muralha, em Derry, visite http://en.w ikipedia.org/wiki/File:WestlandFromWall.jpg

Robert Fisk, The Independent, UK. http://www.independent.co.uk/opinion/commentators/fisk/robert-fiskrsquos-world-walls-never-work-in-the-middle-east-or-in-ireland-1855417.html

Friday, January 22, 2010

Pattie Maes and Pranav Mistry demo SixthSense | Video on TED.com

Preciso compartilhar esse video que me foi enviado pela minha mae. Ela sempre manda um monte de treco via email e entre 5 ou 10 besteirinhas eu acho algo realmente interessante. Esse video que foi apresentado pela pesquisadora Patti Maes do MIT e' a mostra do futuro tecnologico que nos aguarda. Enjoy it!
Pattie Maes and Pranav Mistry demo SixthSense | Video on TED.com

Friday, January 15, 2010

Ontem eu e Sven fomos a casa do Aengus(espero que eu esteja escrevendo o nome dele corretamente ja que a forma como se fala e' totalmente diferente da que se escreve em nomes irish). Jogamos poker ate uma da manha! Alem da gente o Marcus(sueco), Eric e o Neil(irish) tambem jogaram. Foi a minha primeira experiencia jogando poker "serio" com gente que sabe jogar. E guess what??? Eu levei o pote em duas das 3 rodadas que jogamos :-) Poker, alem do alcool e' um grande vicio aqui na Irlanda, os dois juntos entao nem se fala.

To querendo ver S. Holmes nesse fim d s.

O inverno deu uma tregua, a neve derretou, o frio diminuiu. Semana passada eu pude trabalhar de casa e fiquei na casa dos sogros em Dublin. Mas confesso que trabalhar em casa e' um pouco esquisito; vc se sente meio isolado, nao tem com quem conversar, tomar um cha ou almocar. However, adorei o fato de poder ficar largadao, alem de ser um ambiente muito mais light(pelo menos foi pra mim).

Comecei a ler a autobiografia do Agassi. Ganhei de natal do meu amigo secreto e tinha confessado que depois de ler a autobio do axl e do slash eu ia ficar uns 300 anos sem ler autobio. Mas, nao deu! O livro tem um comeco triste e obsessivo onde o Agassi revela que sempre odiou o tenis e foi forcado pelo pai(um Armeno que mudou pros States quando era novo) a bater 2500 bolas por dia quando era ainda um menino de 6 anos! A obsessao do pai vai ainda muito mais longe do que isso e sinceramente nao sei se vou nesse livro ate o final porque parece muito triste. Apesar que o Agassi ja disse em entrevistas que escreveu esse livro pra ajudar pessoas que odeiam os seus trabalhos. Ca entre nos, mesmo que eu detestasse tenis com todas as minhas forcas, se eu ganhasse 1/10 do que o Agassi ganhou a vida inteira fazendo algo que ele odeia eu acho que mesmo assim seria feliz :-)

Aqui no trampo as coisas tao bem quietas e a tendencia e ainda ficar melhor. Nao vou entrar em detalhes por questao de "informacao confidencial" (haha adoro essa palavra) mas fato e' que administrativamente falando o negocio ta ficando bao! Falando sobre empregos, somente na semana passada enquanto trampava na casa do sogro e' que eu fui perceber que a Susan, namorada do meu cunhado e a minha sogra tiveram seus trab afetados pela recessao. Assim como milhares de pessoas aqui, elas tavam em casa em plena quarta-feira:

Eu: - Vcs nao trabalham hoje?
Susan: - Nao, so' tres dias por semana.
Eu: - Sorte sua.
Susan: - Sorte nada, a minha empresa cortou dias de trab pra diminuir gastos. Ou seja, estamos recebendo menos tb.

T+ e a licao do dia e': tratem seus empregos com atencao e respeito, mesmo que nao gostem deles: vcs poderiam estar desempregados!

Tuesday, January 12, 2010

Cabaret Burlesco

Respondendo a alguns amigos que me perguntaram se eu vou levar as PonyGirls pro Brasil, por enquanto ainda nao ha nada concreto, apesar que essa ideia rola ha um tempo sim(nao da minha parte, mas da parte delas mesmo). Sinceramente nao sei se o povo dai "get this" ja que cabaret burlesco tem uma linha tenue entre ser sexy e ser engracado.

A Karen ja participa das ponygirls bem antes de me conhecer e ao contrario de muito marido ciumento eu nao me importo. E' claro que temos limites que ela respeita e eu fico meio que de "seguranca" nos shows. Claro que aqui o povo respeita tambem, a outra e' que a maioria que frequenta os shows delas sao de mulheres ou lesbicas!

Ela se estressa muito com os shows pois tambem e' ela quem produz e e' ela quem lida com os egos da mulherada, do you know what I mean? Eu ja tive que lidar com mulheresXego pois ja tive banda com 3 mulheres cantando(o que nao durou muito tempo). Sempre disse que a diferenca entre lidar com homem e com mulher e' que na segunda vc nao pode chegar e mandar tomar no c*, cair na porrada, essas coisas. Tem que ser delicado e aceitar a tal da TPM. Partindo mais ainda pra analogias, dizem que estar num grupo e' como um casamento so' que com mais pessoas envolvidas, imagina 10 mulheres juntas! Toda hora eu tenho que ouvir a Karen dizendo "fulana de tal nao vai fazer mais o show pois teve um atrito com a sicrana, etc. etc etc" rs. No fim das contas todas elas se divertem e os shows tem sido cada vez melhores. A Karen ta aqui me dizendo que o website deve ir ao ar nessa semana ainda, check that out!

Vi Avatar 3d, District nine e outros filmes que precisava ver pois nao aguentava mais nego falar. No Avatar 3D eu tive um enjoo fortissimo, tipo aquele que vc tem quando entra numa montanha russa de ressaca! Tive que ir no banheiro pegar um ar, rs. Foi divertido mesmo assim e eu recomendo que se veja no cinema, nao sei se no DVD tera a mesma graca.

Esse e' meu quarto inverno aqui e sem duvida o mais forte. No fim de semana eu vi criancas e adultos brincando de guerra de neve nas ruas, algumas dessas criancas com 5 ou 6 anos, provavelmente nunca viram neve dessa forma. O caos continua instalado e dessa vez a areia que serve pra cobrir as ruas ta acabando! Eu queria que tivesse mais algumas semanas de caos pois dai eu poderia trab daqui de Dublin e conviver um pouco mais com a minha esposa. Pois pra quem nao sabe, tem mais de um ano desde que eu comecei nesse trabalho no oeste da Irlanda e so' vejo a minha esposa nos fins de semana :-( This sux a lot!

Que mais?

Sei la, mantenham contato meus leitores secretos; escrevam, ponham comentarios pedindo o que vcs quiserem saber daqui. E venham me visitar pra tomarmos umas pints, beijundas

Saturday, January 9, 2010

- 5 graus celsius, meia noite, esse inverno ta arrebentando e vai quebrar o recorde de 1982 no proximo domingo. Gracas ao global warming, climate change all that shit.

Antes de morar aqui o minimo que eu tinha enfrentado foi 0 grau em Nova Orleans com a minha familia. Agora posso dizer que menos 5 e' frio pra caraia :-)

O frio tb tras o caos! Estranhamente eu amo caos! As pessoas dirigem devagar e hj ate vi um video de uma garota patinando nas ruas de dublin enquanto falava no celular, rs.

Pra finalizar esse curto post so' vou agradecer a vc que ta me lendo e dizer que todos os comentarios sao bem vindos. Pois eu checo o google analytics e sei que tem uma pequena galerinha do Brasil me acompanhando. Um beijo e um abraco grande pra vcs todos!

Conselho do dia: peguem suas namoradas, amantes, esposas, whatever, para um jantar com um bom vinho (branco de preferencia) em algum lugar bacana. Beijundas!

Friday, January 1, 2010

Tudo branco! E' assim que ta' Dublin no momento. A neve e' um espetaculo que cada ser humano devia presenciar pelo menos uma vez na vida. Ontem passamos o ano-novo num pub com a Sinead Murphy e Dave King, entre outros amigos deles. Depois da contagem regressiva a primeira musica: new year's day do U2. Alguns amigos da Sinead ficaram interessados em me fazer perguntas, simplesmente porque eu sou brasileiro. Ser brasileiro aqui na Irlanda e' ser exo'tico e eu diria que seria o mesmo que ser do Vietna e morar no Rio. Mesmo morando aqui ha' mais de dois anos as perguntas sao sempre as mesmas: "voce nao tem neve la no Rio?" "Por que largou aquele pais maravilhoso pra morar nesse pais com um clima tao merda?" Mesmo assim eu me divirto com o interrogato'rio e no fato de ser o exo'tico. Essas perguntas vieram enquanto esta'vamos do lado de fora do Pub com flocos de neves caindo nas nossas cabecas. Amo neve! E o fato de gostar de frio e' geralmente a resposta que eu dou pra a segunda pergunta.

Tenho alguns planos pra 2010 e vou mante-lo informado em breve. Um deles foi uma ide'ia que veio ontem enquanto conversava com uma amiga da Sinead. Posso adiantar que tem a ver com o show de Cabaret Burlesco que a Karen produz e participa com as PonyGirls :-)

Ah, a neve e' demais e a gente valoriza muito ela aqui na Irlanda pois e' raro, ainda mais na quantidade que caiu ontem. Thanks to the climate change, global warming, all that shit!

Feliz 2010!