Além disso, tenho recebido emails de vários amigos com vídeos difamando o Lula, a Dilma ou os dois juntos. Nao que eu seja PT, nao que eu apóie a Dilma, até porque nao vou nem votar por estar fora do país. Porém vejo que criou-se um ódio infundado. O Brasil vai bem economicamente falando e desempenha um papel cada vez mais importante no cenario internacional. Por esse fato mesmo acredito que qualquer um desses tres (Serra, Silva e Rousseff) tenha capacidade de dar continuidade a esse momento único que o país vive. Enquanto paises como a Irlanda ainda se sacrificam pra se levantar do grande tombo que foi a crise mundial, o Brasil é motivo de orgulho. E olha que aqui é um brasileiro que sempre falou mal do próprio país. Abaixo repassarei o texto escrito e editado por um amigo meu.
Como filho de ex-perseguidos políticos e finalmente, anistiados políticos, sinto a obrigação de repassar essa mensagem.
Realmente faltando apenas dois dias e meio pra vcs irem as urnas, nao vejo nenhuma razao pra estarmos com pensamentos negativos sobre quem irá administrar o nosso país.
Ah! Só mais uma coisa: Foda-se o Jabour e outras criaturas insignificantes que nem valem a pena serem mencionadas. Viva aqueles que tiveram a coragem de mandar um foda-se pra mídia comprada do Brasil. E vcs devem saber de quem eu estou falando...
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Deformadores de Opinião (editado)
setembro 27, 2010 por riorevolta Venho aqui para defender a nossa democracia. Não porque acredito que a democracia liberal locke-hobbesiana seja a organização perfeita da sociedade. Muito longe de ser justa, democracia liberal é um jogo de cartas marcadas onde o parlamento vem apenas corroborar e legitimar as decisões tomadas fora do domínimo público, por agentes poderosos do grande empresariado nacional e internacional. Lobby, o velho jogo de interesses, é a principal força que domina o parlamento liberal.
Porém, em alguns momentos, este jogo de interesses calha de ser progressista. Em alguns casos também, vale notar, a pressão popular nas ruas ou através de abaixo-assinados (caso brasileiro) levanta questões de alta relevância popular dentro do parlamento, no entanto, como o Ficha Limpa, a votação de origem popular pode terminar num insuspeito “empate”, adiando a decisão para depois da eleição. Favorecendo assim, candidatos-bandidos que com poderosos advogados e “bons nobres” aliados no judiciário, conseguem se manter eleitos, mesmo com a ficha corrida que faria Al Capone se apequenar.
Por que estou falando de democracia, afinal? E por que estou a defendê-la, mesmo após estas duras críticas que já fizemos e continuaremos a fazer? Como muitos sabem, recomendei, vários meses atrás, o voto nulo, por que agora não mais o faço? A resposta é simples. Para nossa surpresa, diante da evidente derrota de seu candidato, a direita brasileira mostrou uma face assustadora muito rapidamente, pegou a todos de supetão e radicalizou a discussão política brasileira de um modo que não se via há um bom tempo. É tudo ou nada para eles.
Através de seu aparelho midiático fortíssimo, encabeçado por Veja, Folha de São Paulo, Rede Globo, Estado de São Paulo (esse ao menos teve a dignidade, aos 43 minutos do segundo tempo, de admitir que defende Serra), a direita mostrou-se extremamente irritada e violenta, vomitando todo tipo de argumentos contra o presidente e sua candidata. Esta irritação da direita se mostrou extremamente semelhante com a que apareceu nos anos 50 tentando derrubar Vargas e dez anos depois, conseguiu derrubar João Goulart, eleito pelo voto do povo. Daí nasce a preocupação.
Lendo os editoriais atuais da Folha de São Paulo, do Globo, do Estadão e muitos outros, é impossível não fazer paralelo com a campanha de Lacerda nos anos 50. A capa do Globo que colocamos na introdução mostra muito bem este assustador viés golpista. As palavras são as mesmas, se pegar um texto anti-goulart publicado no Globo em 1964 e só trocar João Goulart por Dilma Roussef ou Lula, teremos um texto novíssimo, pronto para as prensas.
A Veja por sua vez se tornou um periódico sensacionalista em que nem as capas tem mais o apuro técnico que um dia teve, com aquela célebre – e patética – foto de José Serra quando a soberba já dizia “Serra e o Brasil pós-Lula”. O futebol já nos ensinou que soberba e salto-alto não ganha jogo, ainda mais com um jogador sem carisma e impopular.
Se fosse apenas o velho jogo da “democracia” de um lado criticando o outro, denúncias de corrupção maior ou menor, não estaríamos surpresos. Mas quando a direita raivosa, através de seus arautos, começa a deslegitimar o voto popular, utilizar de “intelectuais” (as aspas seriam maiores se pudesse) como Caetano Veloso e Arnaldo Jabor, alegando que Lula quer venezuelar a democracia brasileira, que em breve os “soviéticos” (palavra do Jabor) irão dominar o Estado brasileiro que a “Democracia está ameçada” (palavras do Globo pouco antes de derrubado Jango) ou ainda, nas palavras também de Jabor: “si vis pacem parabellum” (se queres paz, prepara-te para a guerra), moto fascista nos anos 30.
Ainda temos a Folha se utilizando de um ladrão de carga, falsificador de dinheiro, três vezes condenado, como fonte idônea de acusações contra o governo, tentando criar um mar-de-lama exatamente como udenismo fez com Vargas, para legitimar o golpe que viria depois. A Datafolha por exemplo, que faz pesquisas de opinião, sistematicamente mostra pesquisas mais favoráveis ao Serra do que todos os outros veículos de pesquisa (Vox Populli, Ibope por exemplo). Paulo Henrique Amorim fala disso diariamente.
Recordar é viver e não esqueço que Globo apoiou a ditadura militar, que a Folha de São Paulo emprestava seus carros para torturadores e enriqueceu brutalmente com favores dos “democratas de 1964-85″. A Veja por sua vez, comandada pelo nobre Roberto Civita, tinha Mino Carta – claramente anti-ditadura – como editor, mas após alguns anos de censuras e precisando de dinheiro do governo, Civita demitiu Carta (o governo não iria dar dinheiro para uma publicação com tal sujeito “difamador” na edição) e a Veja pôde atuar com mais liberdade dentro da ditadura, publicando pérolas como “Encontrado Monstro do Lago Ness” (1975) e o boi geneticamente misturado com um tomate (1983). Apuro jornalístico nunca foi o forte da revista.
As semelhanças entre o udenismo antigo e o novo não páram por aí. Da mesma maneira que em 60, estes veículos chamam a classe média para uma “marcha pela democracia”, contra o “perigo vermelho”, reune intelectuais de nome e de berço para fazer coro com seus ideais anti-democráticos. Dá vontade de rir quando se referem ao PT como perigo vermelho… Não é vermelho, nem perigoso. Talvez seja perigoso para o Democratas (sic), aquele partido que sempre foi contra a democracia apoiando a ditadura desde o seu berço, e para o PSDB, aquele partido que queria acabar com o voto direto e colocar um parlamentarismo no Brasil, logo após o movimento Diretas Já e no poder governou por decreto-lei, vulgarmente chamado de “Medida Provisória”. No entanto a direita “democrática” brasileira é curiosa, convoca debate pela democracia no Clube Militar, que arquitetou a ditadura.
A direita brasileira só defende a democracia quando está ganhando, quando perde acusa os vitoriosos de “hipnotizar a população” e de querer instaurar uma ditadura soviética, de querer ser um novo Hugo Chavez, de quere acabar com a liberdade de expressão . Engraçado que até agora ninguém comparou Dilma a Stálin, citaram nazistas e Mussolini, mas não Stálin. Curioso.
A venezualização que supostamente Lula quer para a democracia brasileira é, também, muito curiosa. Hoje a Venezuela tem mais canais públicos, privados e rádios livres de controle do governo do que o Brasil. Na Venezuela o voto é facultativo e ainda assim, nas últimas eleições legislativas, a participação da população votante foi imensamente maior que a média das democracias ocidentais, chengando a 67% (vale lembrar que na nossa última eleição obrigatória, apenas 81% compareceu as urnas, mesmo com a burocracia para pedir abstenção). A urna eletrônica venezuelana imprime o seu voto, que pode ser visualmente confirmado e colocado numa urna e serve para recontagem e confirmação. Por aqui, o 'caudilho' Chavez foi chamado de ditador quando emplacou a lei da reeleição, mas quem fez semelhante lei aqui no Brasil foi FHC (que a fez com o escândalo de compra de votos no senado). Na Venezuela, todos os canais de tv que até hoje dizem que estão fechados já voltaram a ativa há um bom tempo, exceto um, que não quis se adequar as novas leis de rádio-difusão.
Aliás, a nossa lei de rádio-difusão é de 1961, altamente defasada. Nenhum país sério do mundo tem uma legislação de imprensa tão desregulada quanto a nossa. Publicar mentiras em capa de revista e depois se corrigir em notas de rodapé é praxe. Gerar um mal-estar e mobilizar a opinião pública, influenciando juris em julgamentos ainda em andamento é um crime grave nos EUA por exemplo, que pode inclusive invalidar ações judiciais, e em todas as democracias do mundo, rende processos milionários. Regular este tipo de crime editorial é por aqui taxado de censura. Temos de defender o direito à palavra universal, mas se o veículo publicou a história como fato e não como opinião, tem que provar – e não somente com a palavra honrosa de ladrões de carga e falsificadores.
O perigo neo-golpista reside não nas críticas que a grande imprensa faz sistematicamente contra o governo. Sempre fez a crítica e tem direito de fazê-lo. O neo-udenismo dela está em deslegitimar o voto popular com argumentos tipo "hipnotização do povo"; "a população não sabe votar", convocar marcha para defender a ‘democracia ameaçada’ (ameaçada por quem? como?). Adensa também a incessante busca por deslegitimar a estrutura de poder e a sucessão de mandatos, afirmando que "presidente com maioria absoluta não faz um democracia saudável" e que "alternância de poderes" mostra vitalidade da democracia, isso vindo dos jornais e revistas que defenderam o governo FHC com 90% do parlamento a seu favor e emplacando na marra a reeleição. Quanta imparcialidade. Ainda vão mais longe ao atacar a estrutura democrática parlamentar brasileira na acusação – sem qualquer evidência – de que o governo quer instaurar uma ditadura soviética no país. Minha nossa, estamos em 1962?!? Prosseguem tentando deslegitimar candidaturas aprovadas e investigadas pelo TSE tentando convocar a candidata do governo para depor no Senado sem qualquer prova, simplesmente para “se explicar” (se explicar de que?), buscando invalidar sua candidatura numa tentativa de instaurar um clima de mar-de-lama vinculando toda e qualquer ação corrupta (comprovada ou não) à candidata do governo, justificando sua derrubada. Para isso se utilizam de depoimentos desmentidos em juízo na Polícia Federal e admitidos pelo próprio PSDB e TSE que não tem relação com a canditada do governo (caso Erenice) e a Folha de São Paulo vai mais longe, utiliza-se da idoneidade de um ladrão de carga, três vezes condenado, falsificador de dinheiro para legitimar seu ataque ao favorecimento na Casa Civil... Minha nossa, isso é jornalismo?! Isso é imprensa livre ?! Livre para quem?!
Aí reside o golpismo.
É por estas razões que eu me coloco em defesa da democracia contra a direita golpsita. Se a democracia liberal é ruim, a ditadura liberal patrocinada pela grande mídia, é muito, mas muito pior. Vale o que o povo votar.
E para enfatizar que não sou cínico ou obtuso, também quero, assim como Lula, extirpar os ditadores do Democratas e os neoliberais anti-nacionalistas do PSDB da política nacional. Mais ainda do que isso quero ver essa Imprensa da Guerra Fria derrotada, por sua arrogância e posição de donos da verdade. Quero a derrota da Veja para o qual o mundo atual "é o mais justo já criado pela humanidade”, quero derrotar a Folha que emprestava seus carros a torturadores da ditadura que carinhosamente chamou de “ditabranda”; da Globo e sua “defesa da Democracia” de 1964. Por estas razões é que conjunturalmente, vou votar com o Lula, na Dilma Roussef. Contra a direita.
Vamos extirpar este ranço colonial da democracia nacional. Contra os Deformadores de Opinião!
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Se chegaram até aqui lendo, vale a pena, prosseguir:
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Alguém pode perguntar "por que então, não votar na Marina, no Plínio ou em qualquer outro partido? Se o intuito é extirpar as forças retrógradas para fortalecer a democracia?"
A resposta é simples.
Marina Silva e o PV jogaram seu passado no lixo nas recentes alianças dos últimos anos com forças ultra-conservadoras e neoliberais, na contramão da política do mundo. Se com o PV ainda se tinha alguma ponta de progressismo, as declarações de Gabeira e alianças do partido, terminaram com qualquer dúvida do conservadorismo de suas opiniões. Além disso, o voto em Marina Silva coloca o José Serra no segundo turno, é completamente o jogo da direita. Não satisfaz a candidatura dela ou mesmo suas perspectivas políticas, vai continuar - como sempre foi - uma candidata periférica, de um partido periférico.
Votar na Marina dará mais um mês e meio da Imprensa Guerra Fria de lutar contra o perigo vermelho (sic), ignorando completamente a realidade brasileira.
Quanto ao PSOL, PCB, PCO e PSTU, os outros partidos com candidatos a presidência, todos - sem exceção - da esquerda socialista mais ou menos radicalizada, sofrem de um problema fundamental: democracia liberal não foi feita para partidos radicais de esquerda. Essa discussão vem no interior da esquerda há mais de 150 anos. Partidos atomizados e sectários da esquerda radical não quiseram notar que nunca se mostrarão como alternativa viável dentro do processo eleitoral liberal locke-hobbesiano. Não existe um único caso de partido de esquerda chegar ao poder pelas urnas e conseguir implementar mudanças radicais. Mudanças radicais não combinam com democracia. Democracia Liberal é por excelência um processo conservador.
O evidente desapontamento e desilusão da população frente ao voto liberal-democrático, no Brasil e no mundo, numa clara reação ao conservadorismo, elitização e "nobiliarquização" dos parlamentares, convergidos com o poder dominante, somado à natureza fisiológica do poder eleito, muitas vezes taxada - em todo mundo - como "antro de corruptos e lobbistas", e ainda, a opinião quase generalizada da falta de representatividade e legitimidade popular efetiva no processo democrático locke-hobbesiano, apenas reforçam que a via eleitoral não é o caminho de partidos radicais de esquerda (nem mesmo dos radicais de direita).
Desta maneira, estes pequeninos partidos radicais acabam por corroborar o sistema eleitoral que por natureza inviabiliza seus governos, assim tentam capturar migalhas parlamentares para esbravejar para as paredes do parlamento, caso eleitos. Sua viabilidade como lideranças nacionais efetivas é nula, pois toda vez que a esquerda radical chega ao poder as forças direitistas divergentes se unem e espantam o "mal-vermelho da democracia". Sobre uma candidatura viável da esquerda radical parafraseio Lacerda: Ela não pode ser candidata. Se o for, não pode vencer as eleições. Se as vencer, não pode tomar posse no cargo. Se tomar, não pode governar!
Daí a natureza golpista da direita toda vez que a democracia deixa de ser conservadora.
Assim, portanto, votar em qualquer outro partido e não no que realmente pode significar uma expressiva derrota da direita conservadora, mesmo que dando vitória a uma esquerda fisiológica, mas ainda assim progressista, é fazer o jogo claro da direita. O importante atualmente é derrotar maciçamente a direita e seus arautos.
Não se iludam. Não foi por acaso que recentemente, diante da garantida derrota de Serra que a direita começou a usar Marina Silva como base de manobra de sua chapa anti-petista para tirar a vitória do Primeiro Turnoe forçar mais um mês e meio. Não é incomum encontrarmos opiniões dentro e fora do círculo conservador (especialmente fora de São Paulo) subitamente apoiando a candidata "verde", sendo citada e elogiada por blogueiros e colunistas engajados (sic).
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